A fantasia e os ídolos.

É inevitável que a falta de bons exemplos crie em cada um de nós certas expectativas, e nem sempre elas irão corresponder a realidade. Em alguns casos, podem não ser nada além de fantasia, oriunda de profunda carência…

No cenário político brasileiro já tivemos exemplos muito didáticos.

Moro simbolizou uma espécie de esperança contra corrupção, que com o tempo foi destruída pela realidade de suas ações. Mentiras, mentiras e mais mentiras… Nem sequer se sustenta mais a ideia de luta contra corrupção, basta tudo o que se descobriu sobre a consultoria Alvarez & Marsal. Todas as ações do STF ganharam força após as falsas acusações desse fantoche. Outro caso é toda a ladainha dos irmãos Weintraub, e não faz muito tempo que eles eram considerados “ícones” da direita…

Agora temos o “BolsoMusk”…
Quando a carência aperta e se mete a criar ídolos, a sanidade vai pro lixo…

É preciso não apenas muito inocência, mais uma dose cavalar de falta de informação para considerar Musk um defensor da liberdade, quanto mais um conservador… Esse engano já foi e continua sendo cometido com relação a Trump…

As alianças de momento contra um “inimigo” comum não identificam convergência de valores, apenas correspondem a interesses de momento, ligados a cada uma das partes.

A singularidade tecnológica na inteligência artificial.

Enquanto a humanidade está à beira de uma revolução da informação acionada pela tecnologia, a escala, o escopo e a complexidade do impacto da evolução da inteligência nas máquinas é diferente de tudo o que já experimentamos antes. Nesse contexto, o termo “singularidade tecnológica” está sendo usado para descrever o mundo de amanhã.

Mas o que nos espera e qual será o impacto dessa singularidade na forma que vivemos? Neste post, explicamos o que é essa teoria e o que esperar para o futuro entre máquinas e homens.

O que é a singularidade tecnológica?

O termo singularidade descreve o momento em que uma civilização muda tanto que suas regras e tecnologias são incompreensíveis para as gerações anteriores. Pense nisso como um ponto sem retorno na história.

Muitos pensadores acreditam que a singularidade será impulsionada por mudanças tecnológicas e científicas extremamente rápidas. Essas mudanças serão tão rápidas e profundas que todos os aspectos da nossa sociedade serão transformados, passando pelos nossos corpos, famílias e pelos nossos governos e economias.

No caso da singularidade tecnológica, o termo se refere ao surgimento de máquinas superinteligentes com capacidades que não podem ser previstas pelos seres humanos. Essa teoria parece coisa de ficção científica, mas a velocidade crescente do poder da computação levou muitos especialistas a acreditar que acabará transformando a vida humana em algo que não seria reconhecido hoje.

Segundo o escritor Vernor Vinge, que popularizou o termo, a singularidade pode ocorrer como resultado de Inteligência Artificial (IA), aprimoramento biológico humano ou interfaces entre cérebro e computador.

Quais tecnologias provavelmente causarão a singularidade?

Como mencionamos anteriormente, a Inteligência Artificial é a tecnologia que a maioria das pessoas acredita que dará início à singularidade tecnológica. Pensadores como Vinge e Ray Kurzweil acham que a IA dará início à singularidade por uma dupla razão.

Primeiro, criar uma nova forma de vida inteligente mudará completamente nossa compreensão de nós mesmos como seres humanos. Segundo, a IA nos permitirá desenvolver novas tecnologias muito mais rapidamente do que poderíamos antes que nossa civilização se transformasse rapidamente. Um resultado da IA ​​é o desenvolvimento de robôs que podem trabalhar ao lado — e além — dos seres humanos.

Outra tecnologia de singularidade são as máquina moleculares auto-replicantes, também chamados de nanobotsautônomos. Basicamente, a ideia é que, se pudermos construir máquinas que manipulam a matéria no nível atômico, poderemos controlar nosso mundo da maneira mais granular que se possa imaginar. E se essas máquinas puderem funcionar por conta própria, quem sabe o que vai acontecer?

E, finalmente, muito pensamento é dedicado à ideia de que a biologia sintética, a engenharia genética e outras ciências da vida acabarão nos dando o controle do genoma humano. Dois eventos que alterariam o mundo surgiriam disso:

–   Poderíamos criar novas formas de vida e mudar o curso da evolução humana em uma geração;

–  É provável que o controle sobre nossos genomas nos permita mexer com os mecanismos que nos fazem envelhecer, aumentando drasticamente nossa expectativa de vida.

Em que ponto estamos no caminho para a singularidade?

Vivemos em um mundo digitalizado. Quase todos os negócios importantes mudaram suas operações para meios digitais e os negócios que ainda não o fizeram serão inevitavelmente forçados a fazê-lo logo.

Juntamente com os usuários que armazenam e deixam enormes quantidades de dados online, há uma abundância de dados rotulados a serem analisados. Esses dados são usados ​​para treinar programas para reconhecer cenários e melhorar em uma tarefa desejável.

A questão em torno da singularidade tecnológica não é uma questão de “se”, mas “quando”. A maioria dos principais cientistas está dividida em quando a humanidade desbloqueará ela, mas eles não duvidam de que vamos alcançá-la — então aperte o cinto, pois ela está chegando no futuro próximo.

Aliger – 01 outubro 2019

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Ray Kurzweil e o mundo que nos espera

Quem chega em frente à sua casa em um bairro tranquilo de Boston logo imagina que lá dentro irá encontrar cenários futuristas, painéis imensos de monitores e engenhocas eletrônicas que materializam  todas as previsões dos melhores escritores de ficção científica. Um doce engano. A casa de Ray Kurzweil não é como, dizem, a casa de Bill Gates, toda administrada por um computador central. O CEO aposentado da Microsoft, aliás, é um de seus fãs mais ardorosos. “Kurzweil oferece um olhar único para um futuro no qual as capacidades do computador e da espécie que o criou ficarão ainda mais próximas uma da outra“, diz Gates sobre o engenheiro.

É uma bela casa, de três andares e com muitos enfeites, nas mesas, nichos nas paredes e também algumas antiguidades. Por ali, vê-se pouco do que há dentro da mente desse homem respeitado por suas previsões, aparentemente mirabolantes, como a de que em algumas décadas, compraremos um computador pessoal centenas de vezes mais potente que o cérebro humano, por apenas mil dólares.

Inventor desde a infância, Kurzweil é o responsável pelo desenvolvimento de algumas máquinas mirabolantes, algumas vingaram, outras não, incluindo o sintetizador musical, nos anos 70. Chamado para palestras, cursos e conselhos mundo afora, ele tornou-se um dos profetas da tecnologia mais respeitados no mundo. Em seu mais recente livro, (A Singularidade está próxima, ainda sem tradução para o português), diz que em 2029 a humanidade terá os recursos de inteligência artificial necessários “para que máquinas atinjam a inteligência humana, inclusive a inteligência emocional”.

Acredita que será possível implantar no cérebro um computador do tamanho de um grão de ervilha para substituir neurônios destruídos pelo mal de Parkinson. Conselheiro de Bill Gates, Kurzweil projeta um futuro impressionante para a interação entre homem e máquina nos próximos anos. Sua projeção mais impressionante, é a da singularidade. “Máquinas cujo intelecto serão enormemente superiores aos humanos em todas as áreas dividirão e disputarão espaço conosco“, prevê.

À primeira vista , parece um monte de balelas jogadas ao vento. Mas, se pensarmos nos avanços tecnológicos nos últimos 20 anos, veremos que eles pareciam balelas 20 anos antes. Anos mais tarde, diz, os avanços serão tão acelerados que aproximarão o homem de seu maior sonho: a imortalidade. Mais que um papo com o “Sr. Futuro”, uma passagem só de ida, de primeira classe, para o século 21.

Foi no livro A Era das Máquinas Espirituais que o senhor usou pela primeira vez o termo Singularidade. Em linhas gerais, o que é a singularidade tecnológica?

Na verdade me familiarizei ao termo por volta de 1990. No meu último livro A Singularidade está Próxima eu efetivamente me debrucei sobre o ponto no tempo quando as tecnologias terão um papel explosivamente transformador. No outro livro, A Era das Máquinas Espirituais eu cheguei a tocar no assunto quando escrevi sobre a evolução dos computadores a níveis humanos de inteligência e o que isso significa em termos práticos. Quando falo sobre a singularidade quero chamar a atenção para um fenômeno que é o da ascensão exponencial da interação entre a biologia humana com a tecnologia que criamos. O paradoxo está no fato de que a inteligência biológica pode ser educada e melhor organizada, não pode mais passar por evoluções significativas, ao passo que a inteligência não-biológica, a dos computadores, tem sua capacidade multiplicada por mil a cada década que passa. Esse ritmo está diminuindo para menos de uma década.

Chegaremos a um tempo, então, que a inteligência dos computadores superará a nossa?

Não tenha dúvida disso. O cérebro humano possui uma capacidade de cerca de 1.026 cálculos por segundo (CPS), e isso não mudará muito ao longo dos próximos cinquenta anos. Nosso cérebro usa o sistema eletroquímico de transmissão de dados que viajam por entre os neurônios milhões de vezes mais lento que nos computadores. Comunicamos nosso conhecimento e idiomas usando nossa linguagem um milhão de vezes mais devagar que os computadores podem transmitir suas informações. Veremos uma grande disparidade por volta de 2040, quando a inteligência não-biológica que criamos será um bilhão de vezes mais rápida que os 1.026 cálculos por segundo do nosso cérebro. A palavra “singularidade” é uma metáfora para explicar este fenômeno. Emprestei o termo da Física e seus estudos sobre os buracos negros.

Como vê a evolução da mídia nesse processo? A explosão de novas plataformas, como a internet, os gadgets, como celulares, o Kindle, o iPad lançado recentemente, e outros fatores irão comprometer as mídias tradicionais como os jornais impressos, rádio e sobretudo a televisão?

Pelo contrário. O que vemos por enquanto são plataformas novas e potentes que permitem a convergência dos métodos tradicionais de comunicação de massa. Na internet posso ler uma reportagem clicar no link e ver o vídeo da reportagem e do mesmo texto acessar análises e comentários, além de interagir com esse conteúdo. São os conteúdos híbridos. O iPad, ao que me parece presta muito bem este serviço de maneira mais portátil apenas. O que ele faz por meio de seus aplicativos a internet tradicional já possibilita há muito tempo.

A televisão, que é ainda o meio de comunicação de massa hegemônico no mundo, está ameaçada em sua forma tradicional no futuro próximo à singularidade?

As telas estarão em todos os lugares, nos vidros das vitrines, carros, em óculos especiais, até mesmo nas nuvens de nanobôs programadas para exibirem cenários nos ares ao simples toque de um dedo. De certo modo a televisão nunca será abandonada. Gostamos das histórias, no Brasil mesmo, sei que há uma grande paixão pelas novelas. Aqui nos Estados Unidos amamos as séries. O que muda é o modo de fazer e de exibir. Num futuro não tão distante interagiremos mais com as programações das emissoras. Novas emissoras, via internet, irão surgir e poderemos montar nossa própria grade de programação. O hábito de estar em frente a uma tela persistirá cada vez mais forte, ainda mais no futuro em que os conteúdos poderão ser exibidos em realidade virtual com o telespectador efetivamente dentro da história. O que está comprometido de vez é a grade fixa de programação. O que muda significativamente é a criação dos roteiros, que poderá muito bem ser feita por um computador identificando o perfil de cada telespectador.

Isso quer dizer o fim dos roteiristas?

Não vamos dizer que seja o fim, mas o nascimento de um novo roteirista. E de atores também. Quem disse que precisarão ser de carne e osso? Não pode ser um avatar de alguém de carne e osso?

Muitas previsões sobre o futuro da tecnologia feitas nas décadas passadas se mostraram imprecisas. O que garante a segurança das projeções que o senhor faz? Há alguma técnica?

Eu conto com uma equipe de pessoas que pesquisam dados sobre diferentes indústrias e fenômenos, além dos pesquisadores que nos abastecem de informações a respeito de seus trabalhos nos campos mais variados ligados ao desenvolvimento da tecnologia. Semicondutores, nanotecnologia, desenvolvimento de materiais, entre muitos outros. Também muitas das projeções são baseadas em modelos matemáticos que se mostraram eficazes ao longo de todas essas décadas. Em cima desses modelos eu uso o que os matemáticos chamam de extrapolação de dados e tento construir novos modelos matemáticos para serem aplicados a diferentes fenômenos e indústrias. Muitos futuristas não usaram este tipo de metodologia e se basearam apenas em adivinhações e na intuição. Tenho feito algumas previsões desde os anos oitenta, quando escrevi A Era das Máquinas Inteligentes. Lá está cheio de previsões tecnológicas sobre os anos noventa e o início do século 21 baseadas nesses modelos e que se provaram perfeitamente acuradas. Se nós entendermos quanto irá custar, por exemplo, um milhão de dados pro segundo, ou ainda quanto irá custar um par de bases de DNA para modelar uma proteína, ou outra medida de informação tecnológica em diferentes pontos no tempo, podemos construir cenários futuros para a tecnologia perfeitamente plausíveis e praticáveis.

Esses modelos se aplicam em relação à capacidade dos computadores como um todo?

Sim. Podemos aplicar a equação do preço/performance para o caso específico dos computadores. O que vemos são computadores e componentes cada vez menores ao passo em que estão cada vez mais potentes e com mais e mais memória. Há uma projeção, uma lei matemática por trás disso que quando extrapolada para daqui 25 anos nos leva a esse acréscimo de um bilhão na capacidade de processamento. Cada vez menores e extremamente poderosos.

É o encontro efetivo da computação com a nanotecnologia…

A nanotecnologia tem papel fundamental nessa evolução das máquinas e a superação da inteligência humana por elas. Já estamos vendo algumas aplicações primárias nesse campo, mas elas não representam a visão completa da nanotecnologia, aquela visão articulada pelo Eric Dexter [cientista, engenheiro americano, considerado um dos pais da nanotecnologia] lá pelos idos de 1986. Temos visto uma crescente capacidade de manipularmos a matéria no nível molecular. Um dos caminhos para criar nanotecnologia é começar com mecanismos biológicos e modificá-los a ponto de estendermos o paradigma biológico, que é ir além das proteínas. Essa visão de manipulação das moléculas, usando processos programáveis para fazer crescer objetos de maneira organizada com propriedades específicas já é uma visão de 20 anos atrás. Haverá uma rápida progressão em novos métodos na construção de nanocomponentes sem usar o método molécula a molécula como tem sido feito, mas átomo a átomo com suas propriedades específicas de armazenar e processar a informação. A Intel, por exemplo, já identificou isso e seus engenheiros já trabalham com pesquisa de novos métodos e vê na nanotecnologia o futuro de seus microprocessadores. A nanotecnologia já é um negócio bilionário para algumas empresas e será determinante em breve.

Quando?

Daqui cinco anos, por volta do ano 2015, teremos uma real dimensão da nanotecnologia em nossas vidas. Estaremos mais avançados no caminho da cura de terríveis doenças, como o câncer, problemas cardíacos e diabetes, tudo por meio da revolução na biotecnologia que nós já falamos. Com o desenvolvimento de medicamentos por meio da nanotecnologia, em apenas cinco anos poderemos ver progressos significativos nas pesquisas de como parar e até reverter o processo de envelhecimento.

O senhor diz que seremos imortais e que já se prepara para isso. Será o fim das religiões? Quantos poderão ter acesso a esse processo de imortalidade?

Ou pode ser o começo de novas religiões (risos). Não tenho dúvida que caminharemos para a imortalidade, seja por meio de processos que revertam o envelhecimento das células biológicas, ou mesmo por meio da transferência de nosso conteúdo cerebral para um meio físico além do corpo, um novo hardware. Um robô construído a nossa imagem e semelhança é um dos modelos. E como tudo o que é lançado em temos de tecnologia, começa com preços altos e vai barateando a medida em que se insere no mercado.

A questão é saber se com a transferência de todo conteúdo de nossa mente para outro meio, também persistirá a consciência…

Essa é uma excelente questão que dá margem a discussões intermináveis entre os filósofos e outros teóricos. Acho que nesse ponto, o melhor a fazer é refletir bastante em cima de pesquisas e todos os questionamentos. é preciso deixar os neurocientistas descobrirem se a geração da consciência se dá pura e simplesmente por processos químicos ou não.

O que acha?

Ainda não sei. Melhor não arriscar essa previsão. (risos)

Revista Piauí – abril 2010.

Ray Kurzweil e o mundo que nos espera.

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O futuro da Inteligência Artificial (e o nosso), segundo Ray Kurzweil

Ray Kurzweil é diretor de engenharia do Google e um dos mais representativos pensadores, futuristas e inventores da nossa era. Ele conversou com Jessica Cohen, editora-chefe da Mashable, sobre a rápida expansão da Inteligência Artificial, suas implicações e possibilidades. O painel “The power of ideas to transform the world is accelerating” abordou previsões de Kurzweil, como a que aponta que as IAs, em 2029, passarão pelo teste de Turing – o que significa que irão ultrapassar a inteligência humana em todas as áreas. Trata-se de uma curva exponencial de evolução, na qual essencialmente utilizaremos IA para intensificar a inteligência humana da mesma maneira que uma lente pode intensificar a luz solar.

“Os testes sobre a evolução da IA são válidos”, afirma. Os avanços tecnológicos caminham incrivelmente bem, na opinião dele. “As pessoas me chamam de tolo por conta de meu otimismo. Temos mais informação sobre o que está errado no mundo. E apesar de prestarmos atenção às notícias ruins, tenho mais motivos para acreditar que o mundo caminha bem”.

Ray Kurzweil diz que novas tecnologias trazem riscos inerentes ao seu desenvolvimento, mas seus benefícios são melhores. Ele fala de nanotecnologia, IA, robótica, biotecnologia. “Em que momento da história veríamos um jovem da África receber dinheiro pelo celular?”, destaca o futurista.

Para Ray, é evidente que as novas tecnologias trazem muito impacto para nossas vidas, mas elas estão enquadradas nos limites da regulação. Mesmo questões envolvendo IAs, ainda treinadas por humanos com seus vieses e preconceitos, levantam receios justos com relação à atuação delas na sociedade.

Há possibilidade de contornarmos nossos preconceitos quando desenvolvemos IAs, tornando-as neutras e isentas? Para o futurista, esse é um processos complicado e difícil. “Não vejo como filtrar ideias. No Google, os resultados de busca não se alinham automaticamente ao que o usuário pensa, mas ao que ele procura. Por isso, o Google traz resultados com os quais o usuário pode concordar ou não”.

Será que as IAs poderiam ser utilizadas de forma positiva com objetivos militares? As IAs trabalharão, na opinião dele, no fortalecimento da democracia. As tecnologias de comunicação permitiram uma evolução sem precedentes da história humana. E hoje o mundo deve agradecer muito a ela.

Ainda primatas

Os primeiros primatas criaram novos comportamentos, a partir de uma atividade diferente no córtex cerebral. Uma violenta mudança no clima do planeta causou um evento cataclísmico que gerou a ascensão do homo sapiens. Um acidente natural pode ter sido o responsável pela dominância do ser humano no planeta. O desenvolvimento do córtex cerebral do Homo sapiens nos dotou de linguagem, de consciência, arte, música.

Projetando esse legado para o futuro, Ray prevê que nos anos 2030, teremos modelos de córtex que serão trabalhados biologicamente por nanobôs, e então iremos criar novas formas de nos comunicar e de nos relacionar. A tecnologia vai superar as nossas limitações físicas e expandir nossas consciências. Para Ray, as IAs serão um fato de aprimoramento humano e não de derrocada.

“IAs podem fazer muitas coisas associadas à inteligência, como disputar jogos combinatórios, xadrez e agora podem desenvolver formas de compreensão de contextos e responder questões complexas em nível próximo, ou levemente superior a um ser humano”, afirma Ray. Quando uma IA atinge o nível humano diante de uma tarefa ou atividade, sua evolução fica dramaticamente acelerada. Há características que podem ser transmitidas dos seres humanos para as Inteligências Artificiais, mas elas não contemplam emoções, mas sim interpretações. É importante ressaltar que a consciência humana está à frente de um complexo edifício moral e precisamos saber até que ponto as IAs vão compreender o alcance e sentido da moral.

Transformações

“Indústrias não morrem, mas se transformam. Nesse sentido, veremos transformações sensíveis nas indústrias de automóveis, transportes e mobilidade humana, mas nada será mais disruptiva do que Realidade Virtual e Realidade Aumentada que causarão mudanças sensíveis na forma com que nos relacionamos. Essas tecnologias permitirão que estejamos conectados com as sensações presenciais mesmo à distância”. E no campo da saúde, as IAs ajudarão a estabelecer novas terapias contra o câncer co m espetacular eficiência em um prazo de anos.

Ray Kurzweil é um otimista. Olhando para os problemas de nosso mundo, é bom que haja alguém capaz de olhar para nosso futuro de modo promissor.

Consumidor Moderno – 14 março 2018

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Como serão os humanos do futuro?

Não somos estranhos à evolução. Ainda podemos experimentar mudanças que nos permitem continuar nos adaptando ao meio ambiente. Claro, nossa espécie é a única que potencializa o processo com implantes e ajustes genéticos .

Por exemplo, em seu já clássico trabalho The Mutant Man , o popularizador da ciência Robert Clarke garante que no futuro seremos todos macrocefálicos . O tamanho da nossa cabeça será maior porque, como ele avisa, “teremos um cérebro maior, com testa mais larga e camadas corticais”. E não será a única mudança anatômica que será observada em pelo menos uma parte de nossos descendentes.

Muitos pesquisadores concordam que os humanos do futuro provavelmente carecem de certas estruturas corporais que perderam sua função ou que, hoje, causam mais problemas do que os resolvem . Pode ser o caso das amígdalas que, segundo a conjectura de Clarke, vão dividir o destino com as chamadas estruturas vestigiais do nosso corpo: os dentes do siso, o cóccix – último legado de uma cauda primitiva – e o apêndice, uma peculiaridade mais típico dos herbívoros , eles morrerão.

O relógio biológico do Homo sapiens também não é imune a adaptações e, em algumas décadas, provavelmente passará por transformações radicais. O antropólogo evolucionário Cadell Last, do Global Brain Institute, é claro sobre isso. Em um estudo publicado na revista Current Aging Science , este pesquisador argumenta que até 2050 os humanos viverão cerca de quarenta anos a mais do que hoje e teremos menos filhos e em idades muito mais velhas , um processo que será acompanhado por um aumento da capacidade cerebral .

No entanto, alguns especialistas desprezam esse processo evolutivo natural, pois, apontam, ele será significativamente interferido pela tecnologia, o que permitirá o nascimento de super-homens projetistas construídos em laboratório. Seremos mestres de nossa própria evolução . Além do mais, estamos manipulando isso há muito tempo.

Com isso em mente, a ideia de que em um futuro não muito distante a Terra será povoada por homens biônicos não parece tão quimérica. Na verdade, marca-passos, diferentes tipos de próteses e até implantes oculares e cerebrais já fazem parte da vida de muitas pessoas. O filósofo Nick Bostrom, diretor do Instituto para o Futuro da Humanidade da Universidade de Oxford, não tem dúvidas: o transumanismo, fenômeno que contempla o aumento de nossas capacidades físicas e intelectuais, já está em andamento . A seleção artificial ultrapassou a seleção natural.

O processo, em tese, culminará com os pós-humanos, manifestamente superiores em todos os sentidos a qualquer gênio atual. Desse ponto de vista, o futuro do homem será caracterizado por técnicas como a clonagem , a manipulação genética e a implantação de dispositivos eletrônicos em nosso corpo . Kevin Warwick, professor de cibernética na Universidade de Reading, passou das palavras às ações e teve um dispositivo subcutâneo inserido com o qual ele poderia interagir com computadores.

Muy interessanteLos humanos del futuro

 – https://bit.ly/2UDHpjf